José Manuel Pinto (Singa) Luso-Angolano de 66 anos, natural de Luanda, completou o antigo 5.º ano em Angola, mudando-se depois para a antiga Jugoslávia onde se especializou em Shipping, após esta especialização foi viver 3 anos para Singapura até definitivamente abraçar o nosso País e viver entre Lisboa e a sua amada Angola.
Muitos foram os desafios que tive que superar, mas o sonho e atitude despertaram em mim a felicidade e motivação no orgulho que sinto da condição humana.
Para si que neste momento está lendo, nunca desista de sonhar e de ter atitude.
Publicações:
Singapura por Ceca e Meca……………………………………..Literatura de Viagem
Amável Pergunta — Crónicas de um Assimilado…………Crónicas
C.I.R. — Sangue do Povo………………………………………….Memórias e Testemunhos
NOTA DO JORNALISTA da RDP
(António Silva Santos)
Tenho ao longo dos 3 últimos anos sido um privilegiado por ter passado a conhecer e privado com o escritor e compatriota, José Manuel Pinto (Singa).
Na minha tradição oral Nganguela (grupo étnico maioritário na província do Cuando-Cubango, no extremo-sul de Angola), os mais velhos são bibliotecas vivas pela experiência de vida, por essa razão considero-me um sortudo por poder conviver e sobretudo ouvir do meu amigo conselhos que reforçam a minha visão sobre a vida.
Posto este breve reparo é importante sublinhar que este livro “O Bardas” transporta ao leitor para um enredo com personagens fictícias, mas inspiradas em gente que ainda está viva.
Os personagens relacionam-se na cidade do “Triângulo”, urbe semelhante ao antigo (Bairro Operário de Luanda).
É nesse contexto que se move e interage “O Bardas”, polícia que não dispensa um bom “chamego” de uma profissional, mas homem carente que equilibra as suas emoções impondo à risca o papel de autoridade.
Já “Dona Idealiza” gere emoções, vendendo sexo à elite da cidade do “Triângulo”, sabe tudo sobre todos, tem poder, mas não se sobrepõe ou desrespeita “O Bardas” e seus correligionários.
O livro permite-nos viajar por uma ficção quase real, já que gente boêmia e as “Casas de Alterne” continuam a existir com mais ou menor sofisticação.
Para a época da narrativa, o autor desconstrói o poder de um polícia negro face aos condicionalismos da colonização, ao revelar com a estória que “O Bardas” fica refém da sua condição de colonizado e tem de aceitar a gravidez e o filho que a sua mulher concebeu com um homem branco.
PREFÁCIO:
Pediu-me o autor faz algum tempo uma breve e curta introdução ao seu livro de crónicas curtas e algumas “estórias” lá dentro.
Depois de nos surpreender e deliciar com “Singapura por Ceca e Meca”, “Amável Pergunta — Crónicas de um Assimilado” e “C.I.R. Sangue do Povo – Memórias e Testemunhos”, José Manuel Pinto, criativo autor angolano e cidadão do mundo, oferece-nos agora o reforço da faceta de cronista e exímio contador de histórias/estórias. Na verdade, uma arte que não é para todos. Atento aos detalhes e pormenores do quotidiano angolano e do que lá observa, partilha connosco descontraidamente o seu olhar mordaz e irónico , quase falcónico dessa realidade.
Depois, há aquela capacidade única que possui de nos pôr a rir que também não é para todos, sobretudo aquela de nos rirmos de nós próprios.
Crónicas curtas de inegável qualidade que retratam bem realidades distantes mas não tão distintas das que o nosso olhar observa no quotidiano, com os dramas e comédias da vida humana. Indiscutivelmente,temos em nós o divino , o eterno, o temporal, o trágico e o cómico(todos juntos); somos afinal humanos.
Os temas alinhados e organizados em anotações Bardas, são variados, contam-se, nomeiam-se e destacam-se figuras típicas dos lugares em que habitam e se embrenham as curtas crónicas com conclusão. As fotografias enriquecem-nas. Embrenham-nos e vão desfilando e deslizando temáticas variadas da sociedade angolana e quiçá global como o “Incesto”, a “Ostentação”, o” Mala-posta”, o “Penetra”, o “Trio Chupão”, o“Mosaico / Carnavalesco (Festas Municipais), o “Bambino”, as “Manas/Aleijadas” e finalmente , o “Soba”.
Em todas as “estórias” dentro das crónicas profundas habita e “acorda” também um humor subtil, inteligente e ao mesmo tempo realista, com descrições suscintas da realidade e das situações.
Por fim, numa preocupação / atitude didáctico- pedagógica , o autor, inclui um glossário final explicando o significado dos termos das outras línguas nacionais/locais de Angola. Palavras que nos ficam na retina.
A inclusão da letra de uma canção carnavalesca , não deixa de ser curiosa com um melodioso e curioso verso de alerta “O povo brinca o carnaval/O povo brinca o carnaval/Mas cuidado/Não brinquem com o povo”.
Não deixa de ser uma enorme honra e um privilégio deixar nesta nota introdutória ao livro, uma palavra de apreço fraterno ao autor, que prefacio pela segunda vez e que com estima este “irmão Índico” vê crescer num percurso vertiginoso, voluntarioso e prolífico.
Bayete confrade e que a inspiração não o abandone jamais!!!
Delmar Maia Gonçalves
(Escritor/Poeta e Coordenador Literário da Editorial Minerva)
Mister Bradas – Crónicas de um Bon Vivant
Autor: José Manuel Pinto
CRÓNICAS
Edição: JULHO de 2019
Páginas: 64
Formato: 15,5 x 17,5 cm
ISBN: 978-972-591-913-2
Preço: 10,00€